quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O GRITO DE GUERRA DO ROCK IN RIO

O GRITO DE GUERRA DO ROCK IN RIO



A juventude rompe padrões. É irrequieta, e é por estar sempre buscando o novo e questionando modelos prontos  que promove a dinâmica do mundo. Ruptura e evolução. Dentro desse espírito, cada geração elege suas próprias bandeiras, em contraponto aos paradigmas estabelecidos. Ao longo do tempo, os jovens do Brasil já escolheram lutar contra ditaduras e contra os sutiãs, já foram às ruas exigir o direito de eleger um presidente e  o direito de tirá-lo do Poder. Cantaram, pintaram a cara, fizeram muito barulho. E nessa alternância de festa e protesto já se vai meio século. Mas as pessoas questionavam a apatia dos jovens de hoje. Estudos sociológicos apontavam para uma geração excessivamente  individualista, fruto de uma cultura consumista,que tornou os jovens  incapazes de sair da sua zona de conforto para dedicar tempo e energia para causas coletivas.

Mas não subestimem os jovens. No dia 23 de setembro de 2011, na abertura da maior concentração de jovens do planeta que ocorria na capital carioca, eis que de repente um ícone da juventude, o irreverente roqueiro Paulo Miklos, do Titãs, solta o desabafo que todo mundo queria ouvir: “A gente não quer só democracia, a gente quer o fim da corrupção nesse país”. Era, naturalmente, um contraponto ao primeiro Rock in Rio, quando o país vicejava a abertura democrática e a juventude estava eufórica com isso. Hoje, vinte e seis anos depois, pudemos ver que não é preciso somente democracia para construir um país que padece de sérios problemas na saúde, educação, segurança e infraestrutura. Paulo Miklos talvez não saiba, ainda, mas ele foi o arauto de uma guerra – não tão silenciosa- que está apenas começando.  Ouçam o rufar dos tambores e os acordes de guitarra, a juventude achou sua nova bandeira. E seus exércitos já invadiram as ruas, armados de vassouras e recém imbuídos de uma motivação que não conheciam. Até hoje não se sabiam soldados. Até então não conheciam o insidioso inimigo. Mas começaram a prestar atenção nos dólares na cueca, na banalização e perdão ao pagamento de propinas, no constrangimento dos que têm de pedir desculpas por falar em bandidagem infiltrada no Poder. Na dor e no luto de perder heróis – e heroínas- que foram os primeiros mártires dessa luta. “O inimigo agora é outro”. Ah, mas não menosprezem nossa capacidade de nos indignar ,até mesmo contra aquilo que é tão banal que , de um jeito torto, já parece certo. A juventude lançou seu grito de guerra, e seu exército marcha motivado nos protestos anticorrupção  por todos os cantos desse país, exigindo, mais uma vez , a mudança e a ruptura de paradigmas, que é tão salutar para mover as engrenagens do mundo. E você, ainda se sente jovem o suficiente para acreditar? Aqui, bem entre nós: você percebe a importância de tudo isso, vê sentido? Vou além: Você tem a percepção histórica de que as guerras são essencialmente uma dicotomia, e que não dá para ficar neutro nelas por muito tempo?  A juventude já encontrou sua bandeira. E você, qual é a sua?

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O CÓDIGO NUMERATI NA VIII BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO-PERNAMBUCO

Amigos, amanhã, dia 27.09, às 19h, faremos uma sessão de autógrafos do  livro O Código Numerati, Conspirações em Rede na VIII Bienal Internacional do Livro, que é o terceiro maior evento desse porte do país, perdendo apenas para as bienais de São Paulo e Rio de Janeiro.
A sessão será no Stand 64, da livraria Varejão do Estudante. Conto com a presença de vocês!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

MERGULHO

Pois eu sou quem diz a feto
Que retorne ao próprio ventre
Tudo introspectiva
Vaga sobrevivente
Num mergulho autofágico
Volto, em busca da nascente
Com a atroz tritura viva
Da fome em que me consumo
Vou escorrendo entre os dentes
E entre a língua e a saliva
Vou misturando. Sumo.
Porque hoje sou poente
É que eu corro, fugitiva,
Dos brilhos que deixam acesa
De tudo o que me faz dia
E para escapar, me escondo
Na sujeira dos ladrilhos
De minha muita estreiteza
Apenas por covardia.
E vou afundando, indolente,
Com perigo e pouca pressa
Nenhuma preocupação
O alívio da mente
O grito na pele
Silêncio que abrigo
Outra escuridão.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Que nome de blog é esse?

Se alguém me pedisse para apontar o objeto mais importante para a preservação da cultura ocidental desde o início dos tempos, eu diria sem pestanejar: o Pergaminho.
Mais resistente que o papiro, pois era formado por couro de animais que recebiam um tratamento especial, os pergaminhos atravessaram os séculos e as fronteiras para fazer chegar até nós, mortais contemporâneos, toda a riqueza e sabedoria do pensamento greco-romano, a cultura helenística, as referências religiosas, filosóficas e sociais e os padrões linguísticos e artísticos das mais remotas civilizações.
Até a invenção e a difusão do papel pelos chineses, as representações rupestres e pergaminhos são o elo mais forte que temos com nossos ancestrais, pois foram capazes de perdurar às guerras, catástrofes e ao desgaste natural do tempo para dar uma significação – no sentido literal e linguístico- ao passado.
Depois da arte rupestre, dos pergaminhos e do papel, a internet cria mais um etapa dos registros e transmissão do conhecimento e cultura da humanidade. Daqui a alguns séculos nossos descendentes haverão de lembrar com carinho de um passado remoto onde um obsoleto ambiente virtual começava a armazenar a produção de cultura, filosofia e conhecimento da forma mais democrática, segura e rica do que nos tempos ainda mais remotos. Posts que suscitam esse tipo de análise poderão ser objeto de análise sociológica- ou arqueológica.
Foi com esse espírito -de render homenagem aos que “postaram” antes de nós o conhecimento que precisávamos para podermos construir nossa identidade cultural e filosófica - que escolhi o nome desse blog, que brinca com esse obsoleto objeto e com a obsoleta noção de propriedade que a internet nos obriga a enfrentar: Esse é meu espaço, mas não tão meu porque o blog abre espaço para seguidores, comentários dos posts, notícias de outros canais e blogs que eu sigo. Essas são minhas ideias, mas não tão minhas, porque carrego a bagagem interativa do que já li. Não tão minhas porque meus posts poderão ser complementados por outras ideias, que reforcem, aperfeiçoem ou infirmem tudo o que eu disser, através dos comentários. A internet relativiza noções de propriedade e de fronteiras do tempo e espaço.
Suas, nossas ou minhas? É tudo rede, é tudo uma teia, viscosa, desdobrável, resistente. Pergaminhas.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Meu primeiro post

Esse début na blogosfera me intimida um pouco. Mas a título de boas vindas, quero agradecer a todos que vierem a me prestigiar com sua presença por aqui. Prometo me inteirar melhor das ferramentas tecnológicas que esse universo oferece e postar em breve novos assuntos e mais informações que esse espaço comporta. Grande abraço e até logo!

Onde você pode comprar on line o livro O Código Numerati- Conspirações em Rede

Livraria Cultura,Livraria Saraiva, Livraria Siciliano e Livraria Imperatriz

Capa do livro

Capa do livro
O Código Numerati Conspirações em Rede